José Afonso

Coincidências da vida é isto:

Acabar de imprimir um trabalho sobre um poema à nossa escolha, ir para o elevador à pressa para entrega-lo, e ao chegar ao elevador ter uns olhos a me seguirem. Os mesmos olhos que tinha acabado de imprimir para o trabalho, a mesma foto que tinha imprimido para o trabalho.
O livro era este, o preço era outro...
Tinha que dar tempo. Atrasado também já estava.
Saquei duas de 10 veio para traz uma de 5...
Já li um pouco mas a Presidência Sueca não me dá tempo para muito mais.

Gostava de poder por aqui um video de "Os Bravos" ou das "Trovas Antigas"... mas é complicado.



Esta também é eterna, ainda mais vivendo onde vivo. Por vezes a ler o diário dou por mim a trautear um "Eles comem tudo(...)" ou um "E não se esgota o sangue da manada"...

No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas

São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada

Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada

(Aparentemente sem relação nenhuma a este post)

(Aparentemente...)